Observatório Nacional |
A história dos fusos começou a ser escrita em 1884, quando os EUA sediaram a Conferência Internacional do Meridiano. O encontro reconheceu uma linha que passaria por Greenwich, na Inglaterra, como a referência das longitudes do planeta. Era exatamente naquele ponto que se dividia os hemisférios ocidental e oriental. A origem das longitudes, porém, só foi referendada em 1912, na Primeira Conferência Internacional da Hora. Como o planeta precisa de uma hora para girar 15 graus, este é o espaço, na esfera terrestre, ocupado por cada fuso. O Brasil adotou o sistema de fusos no ano seguinte.
Mas as linhas criadas a partir da conferência não são necessariamente retas. Podem haver alguns deslizes dentro de cada faixa. Do contrário, o Pará, por exemplo, seria dividido em dois fusos. Por praticidade, o governo brasileiro preferiu colocá-lo inteiramente com o mesmo horário.
— Ainda assim, não foi possível inserir todo o país em apenas um fuso. O Brasil é grande demais — explica Ricardo José de Carvalho, chefe da Divisão Serviço da Hora do Observatório Nacional (ON).
Atualmente, o Brasil tem três fusos. O mais próximo a Greenwich corresponde apenas aos arquipélagos de Trindade e Fernando de Noronha. O intermediário e mais amplo abrange 20 estados, além do Distrito Federal. A terceira faixa e mais “atrasada” é ocupada por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima, Acre e Amazonas. Na última década o Brasil aboliu o quarto fuso, que valeu por quase um século e contava apenas com o Acre e o Oeste de Rondônia (agora, eles estão anexados à terceira faixa).
Relógio atômico |
A hora é gerada por um conjunto de relógios atômicos – um equipamento cuja referência é o átomo de césio. A oscilação deste átomo gera o segundo atômico; sua aglomeração compõe minutos, horas e dias. Esses relógios só precisam ser corrigidos em 1 segundo a cada 10 milhões de anos!
Há, no país, 12 relógios atômicos, sendo nove no Observatório Nacional. Suas medições são comparadas e a média obtida é a HLB, ou seja, o tal "horário de Brasília" vem de São Cristóvão no Rio de Janeiro!
(Via Globo Ciência)
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